CAPÍTULO 2

mudança de mundos?

A TRANSIÇÃO DE UM "EU" PARA O OUTRO

Por muito tempo, minha vida foi um jogo de esconde-esconde entre a publicitária e a artista. De um lado, uma rotina de agência, deadlines, briefings, apresentações e muito café (porque ninguém faz publicidade sem café, certo?). Eu, diretora de arte, criando campanhas para marcas. O trabalho? Intenso. A vida? Organizada no grid do calendário.

Do outro lado, um mundo paralelo: a arte. Ah, a arte... sempre lá, à espera, com um pincel na mão e a vontade de ser ouvida. Mas, por anos, eu só a deixava sair nas horas vagas, nos finais de semana, entre um projeto e outro. Era uma relação meio de “amizade secreta” com a criatividade. Eu me permitia ser artista quando o expediente acabava, e lá estava eu, me pintando, me fotografando, criando o que queria ver no mundo.

A virada de chave aconteceu em 2016. Eu estava na minha zona de conforto (mas confortável só para o bolso, porque o coração já estava pedindo para respirar mais livremente). Fui publicitária até a alma, mas não estava mais 100% satisfeita. O ‘eu’ artista estava gritando, então decidi fazer o grande “reset”.

A transição não foi de um dia para o outro. No começo, ainda conciliava freelas publicitários enquanto tentava entender a nova realidade de dedidcar um pouco mais a produção artistica. Era tipo aquele momento em que você tenta andar com os dois pés em mundos diferentes. Mas, com o tempo, o "eu publicitário" foi ficando para trás, e o "eu artista" foi ganhando força. A arte virou minha rotina, minha prática, meu trabalho. Agora, era sobre expressar o que eu queria ver no mundo. Era arte por arte, e eu estava criando sem pedir permissão.

Hoje, o que sei é que esse salto foi necessário. O que antes era um “lado B” da minha vida, hoje é o centro. A publicidade me ensina a pensar visualmente, a criar com propósito. A arte me ensina a ser autêntica, a falar minha verdade sem filtros, sem prazos. Um equilíbrio entre o saber comunicar e o ser verdadeira.

Agora, o que vem pela frente? Ah, só o futuro sabe! Eu, artista, estou aqui para criar o que ninguém mais viu antes. E sem pressa de agradar.

CHAPTER 2

changing worlds?

THE TRANSITION FROM ONE "ME" TO THE OTHER

For a long time, my life was a game of hide and seek between the advertiser and the artist. On the one hand, an agency routine, deadlines, briefings, presentations and lots of coffee (because nobody does advertising without coffee, right?). Me, art director, creating campaigns for brands. The work? Intense. Life? Organized on the calendar grid.

On the other side, a parallel world: art. Ah, art... always there, waiting, with a brush in hand and the desire to be heard. But, for years, I only let it out in my spare time, at weekends, between one project and another. It was a sort of “secret friendship” relationship with creativity. I allowed myself to be an artist when the workday was over, and there I was, painting, photographing, creating what I wanted to see in the world.

The turning point came in 2016. I was in my comfort zone (but comfortable only for my pocket, because my heart was already asking me to breathe more freely). I was a publicist to the core, but I was no longer 100% satisfied. The artist ‘me’ was screaming, so I decided to do the big reset.

The transition didn't happen overnight. At first, I was still juggling advertising jobs while trying to understand the new reality of dedicating a little more time to artistic production. It was like that moment when you try to walk with both feet in different worlds. But, over time, the “advertising me” fell by the wayside and the “artist me” gained strength. Art became my routine, my practice, my job. Now it was about expressing what I wanted to see in the world. It was art for art's sake, and I was creating without asking permission.

Today, what I know is that this leap was necessary. What used to be a “B side” of my life is now the center. Advertising teaches me to think visually, to create with purpose. Art teaches me to be authentic, to speak my truth without filters, without deadlines. A balance between knowing how to communicate and being true.

Now, what lies ahead? Ah, only the future knows! I, an artist, am here to create what no one else has seen before. And in no hurry to please.

Until the next chapter.

LuAnaDoSER